O Dia do Folclore Brasileiro é celebrado anualmente em 22 de agosto.
Folclore é a cultura de um povo, o conjunto das tradições culturais dos conhecimentos, crenças, costumes, danças, canções e lendas dos indivíduos de determinada nação ou localidade.
O termo folclore se originou através de um neologismo criado pelo britânico William John Thoms (1803-1885), que uniu as palavras inglesas folk (que significa “povo”) e lore (que quer dizer “conhecimento”).
Assim, folclore ganha o significado literal de "conhecimento do povo" ou "aquilo que o povo faz".
A base da cultura do povo brasileiro vem da mistura de povos
 que fizeram o Brasil. Inclui as numerosas tribos indígenas, os 
portugueses, os diversos povos africanos que foram trazidos 
escravizados, além de um sem-número de imigrantes como alemães, 
italianos, japoneses que vieram para o país.
Além disso, estudiosos como Câmara Cascudo, Mário de Andrade, Hekel Tavares, Inezita Barroso
 e muitos outros recolheram estórias e cantigas, documentaram práticas 
medicinais que fazem do folclore brasileiro uma fonte inesgotável de 
inspiração.
Vejamos alguns exemplos do Folclore Brasileiro:
Lendas
- Negrinho do Pastoreio
 - Boto Cor de Rosa
 - Curupira
 - Boitatá
 - Saci
 
Canções
- Peixe-Vivo
 - Cai,cai balão
 - Fui no Tororó
 - O Cravo e a Rosa
 - Caranguejo não é Peixe
 
Festas
- Reisado
 - Festas juninas
 - Procissão Marítima de São Pedro
 - Festa de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém
 - Boi-bumbá
 
Danças
- Maracatu
 - Umbigada
 - Tambor de Crioula
 - Jongo
 - Pau de Fitas
 
Costumes e Crendices
- Ao sentir a orelha arder, atribuir a que alguém esteja falando mal de você.
 - Jogar um pouco de cachaça no chão 'para o santo' antes de tomá-la.
 - Saltar sete ondas na noite do dia 31 de janeiro, pois isso traria boa sorte.
 
Origem do Dia do Folclore
O Dia do Folclore Brasileiro foi definido oficialmente através do Decreto de Lei nº 56.747,
 de 17 de agosto de 1965, aprovado pelo Congresso Nacional. A partir de 
então, conforme definia a lei, o dia 22 de agosto passou a ser celebrado
 como o Dia do Folclore em todo o país.
A data foi escolhida 
porque em 22 de agosto de 1846, o pesquisador britânico William John 
Thoms usou esta palavra pela primeira vez num artigo.
A preocupação em sistematizar e divulgar
 o folclore brasileiro ganhou força no começo do século XX no Brasil. 
Durante a Semana de Arte Moderna, em 1922, várias obras apresentadas 
tiveram como inspiração o folclore brasileiro.
Em 1947 foi criada a
 Comissão Brasileira de Folclore e, posteriormente, as comissões 
estaduais. Em 1951 se realiza por primeira vez, no Rio de Janeiro, o 1º Congresso Brasileiro de Folclore, evento que acontece a cada dois anos.
Atividades para o Dia do Folclore
O Dia do Folclore costuma ser bastante festejado pelas escolas.
 Algumas das atividades mais comuns que os estudantes podem desempenhar 
para aprenderem mais sobre a cultura e as tradições típicas de suas 
regiões são:
- Ler lendas folclóricas em sala de aula;
 - Fazer uma adaptação de uma lenda folclórica em forma de teatro ou musical;
 - Reescrever um conto folclórico;
 - Aprender sobre a história do folclore e sua importância para a sociedade;
 - Apresentar danças temáticas folclóricas;
 - Preparar um prato típico folclórico;
 
Destacam-se outras inúmeras atividades que estão relacionadas com a identidade cultural de cada localidade.
Conheça também o Dia do Saci.
INFLUÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS DO FOLCLORE AMAZÔNICO
A influência indígena e negra no 
folclore amazônico é muito grande. Para se ter uma idéia, o nome 
Amazonas (estado da região norte) surgiu de uma lenda: os primeiros 
colonizadores encontraram na região banhada pelo grande rio mulheres das
 lendárias tribos amazonas. Porém não se pode deixar de lembrar que os 
nordestinos também influenciaram de maneira marcante o nosso folclore, 
basta lembrar que o boi-bumbá foi trazido do Nordeste.
Na música a influência indígena e 
africana é marcante, de outra forma não se explicaria a importância da 
desfeita no Amazonas, o Lindu. Carimbo do Pará e o Marabaixo do Amapá.
Contudo, a raça branca também dá a sua 
contribuição para o folclore amazônico, como, por exemplo, na Festa do 
Círio de Nazaré. A procissão dos círios é realizada todos os anos, no 
segundo domingo de outubro, onde os devotos, procedentes de várias 
regiões do norte, vão para Belém pagar promessas feitas com velas e 
tochas.
Mas os contos e lendas da Amazônia 
caracterizam bem o folclore da região; através de heróis indígenas, eles
 explicam a origem das coisas, como a lenda da Vitória-Régia, do 
Irapuru, etc.
LENDAS AMAZÔNICAS
MAPINGUARI
Certa vez, no meio da selva, longe do 
município de Paragominas, no interior do Pará, havia um casebre humilde 
onde morava uma mulher chamada Edna, com duas crianças.
O pai estava ausente, era caçador e se encontrava longe, na selva, a exercer sua função.
É de costume de caçador, quando está no meio da mata, comunicar-se com um grito.
Uma noite, já bem de tarde, do meio da selva alguém gritou… E, em seguida, gritou de novo.
O menino já sabendo do costume respondeu ao grito uma, duas, três vezes.
A mãe que observava o filho percebendo 
que o grito se aproximava, teve medo e, lembrando da história do 
mapinguari, apagou o fogo o mais rápido que pôde e pediu ao filho que 
fizesse silêncio, pois o grito lhe parecia estranho e a fumaça atraía o 
bicho.
Então o grito estranho foi ficando distante e foi se perdendo selva a dentro até desaparecer.
No dia seguinte, a noite, o marido 
chegando da caça deu notícia à mulher da morte do mapinguari em uma 
fazenda distante dali dois dias de viagem. O tal bicho foi morto pelos 
empregados da fazenda, segundo depoimento de pessoas que o viram e de 
outras que não conseguiram se aproximar do local, pois o mapinguari 
exala um odor insuportável.
MÃE-D’ÁGUA
Apesar se mulher, Dinahí era a criatura 
mais valente da tribo dos manau. Nem o pai, o velho tuxaua Kaúna, nem os
 irmãos superavam a coragem, a habilidade e o ardor combativo da moça 
nas ações de guerra na selva. Esta circunstância creditou à jovem o ódio
 dos guerreiros varões, que se sentiam desprestigiados.
Um dia, por arte do pajé que a mandou 
combater as feras, Dinahí foi cercada por índios mura. Combateu, contudo
 com tal ardor que os venceu. Cheios de inveja, os irmãos tentaram 
surpreende-la dormindo, para tal matá-la. Ouvido acurado como o da onça,
 a jovem obstou a cilada, abatendo os dois irmãos com certeiros golpes 
de borduna. Temerosa da vingança paterna, fugiu.
Ao saber da notícia Kaúna jurou matar 
Dinahí. À frente de quatro mãos de índios, saiu a procura da jovem. 
Cercaram o outeiro onde ela se encontrava.
Alguns sóis se passaram sem que os 
guerreiros conseguissem agarrá-la. Uma noite, contudo, esgotada da 
intensa vigília, a cunha acabou caindo prisioneira. Por ordem do pai foi
 jogada de cima do Lajes, justamente de um ponto onde se divisa, em todo
 o seu esplendor, o encontro das águas Negro-Solimões.
Ao cair na água, porém, um imenso 
cardume de peixes sustentou Dinahí à superfície. E, à luz do luar, ela 
se transformou numa princesa das águas. Seu corpo irradiando claridade, 
foi se modificando: da cintura para cima continuou linda mulher, de 
cabelos negros como as águas do Uruna (rio Negro); na parte inferior era
 peixe.
Tupã não viu motivo para sacrifício da 
guerreira tão valente. Imortalizou-a como Mãe-d’água, a cunha poranga ( 
moça bonita) que permanece até hoje no fundo dos igarapés, representando
 a coragem e a beleza, nunca desmentidas, da cabocla Amazônica.
A VITÓRIA RÉGIA
Era uma noite de lua, as estrelas 
brilhavam no céu como diamantes. E a lua iluminava a terra com seus 
raios prateados. Um velho cacique fumando seu cachimbo, contava às 
crianças as histórias maravilhosas de sua tribo. Ele era também 
feiticeiro e conhecia todos os mistérios da natureza. Um dos curumins 
que ouviam perguntou do velho de onde vinham as estrelas que luziam no 
céu. E o cacique respondeu:
– Eu as conheço todas. Cada estrela é 
uma índia que se casou com a Lua. A Lua é um guerreiro belo e forte. Nas
 noites de luar, ele desce à terra para se casar com uma índia. Aquela 
que estão vendo é Nacaíra, a índia mais famosa da tribo dos Maués. A 
outra é Jana, a flor mais graciosa da tribo dos Aruaques. A respeito 
disso, vou contar a vocês uma história que aconteceu, há muitos anos, na
 nossa tribo. Prestem atenção:
Havia, entre nós, uma índia jovem e 
bonita, chamada Naia. Sabendo que a Lua era um guerreiro belo e 
poderoso, Naia por ele se apaixonou. Por isso recusou as propostas de 
casamento que lhe fizeram os jovens mais fortes e bravos de nossa tribo.
Todas as noites Naia ia para a floresta e
 ficava admirando a Lua com seus raios prateados. Às vezes, ela saía 
correndo através da mata para ver se conseguia alcançar a Lua com seus 
braços. Mas esta continuava sempre afastada e indiferente, apesar dos 
esforços da índia para atingi-la.
Numa noite, Naia chegou a beira de um 
lago. Viu nele, refletida, a imagem da Lua. Ficou radiante! Pensou que 
era o guerreiro branco que amava. E, para não perde-lo, lançou-se nas 
águas profundas do lago. Coitada! Morreu afogada.
Então a Lua, que não quisera fazer de 
Naia uma estrela do céu, resolveu torna-la uma estrela das águas. 
Transformou o corpo da índia numa flor imensa e bela. Todas as noites 
essa flor abre suas pétalas enormes para que a Lua ilumine sua corola 
rosada.
O BOTO
A lenda diz que o boto, peixe encontrado
 nos rios da Amazônia da família dos golfinhos, se transforma em um belo
 rapaz elegante durante as noites, quando sai das águas à procura das 
moças. Elas não resistem à sua beleza e simpatia e caem de amores por 
ele.
O boto também é considerado protetor das
 mulheres, pois quando ocorre algum naufrágio em uma embarcação em que o
 boto esteja por perto, ele salva a vida das mesmas empurrando-as para a
 margem dos rios.
As mulheres são conquistadas pelo boto 
às margens dos rios quando vão tomar banho, ou mesmo nas festas 
realizadas nas próximas aos rios. Os botos vão aos bailes e dançam 
alegremente com elas, que logo se envolvem em seus galanteios e não 
desconfiam de nada. Apaixonam-se e engravidam desse rapaz. É por essa 
razão que ao boto é atribuída a paternidade de todos os filhos de mães 
solteiras.
Existe uma infindável mitologia em torno
 do boto. Muitos acreditam que alguns de seus órgãos podem servir de 
talismã depois de devidamente tratados por curandeiros de “muita força”.
No alto Solimões, os caboclos acreditam 
que os homens que não têm sorte para conseguir mulher têm que matar um 
boto, arrancando-lhe os olhos e mandar um curandeiro tratá-los. Usando 
os olhos do boto como talismã, não lhes faltarão mulheres.
UIRAPURU
O uirapuru é o cantor das florestas 
amazônicas. É um pássaro que tem um canto tão lindo, tão melodioso que 
os outros pássaros ficam quietos e silenciosos, só para ouvi-lo. O 
uirapuru tem a cor verde-oliva e a calda avermelhada. Quando começa a 
cantar, toda a mata parece emudecer para ouvir seus gorjeios 
maravilhosos.
Por isso, os sertanejos acham que esse 
pássaro é um ser sobrenatural. Aliása, irapura quer dizer pássaro que 
não é pássaro. Depois de morto seu corpo é considerado um talismã, que 
dá felicidade a quem o possui.
A lenda do irapuru é interessante. Dizem
 que, no Sul do Brasil, havia uma tribo de índios cujo cacique era amado
 por duas moças muito bonitas. Não sabendo qual escolher, o cacique 
prometeu casar-se com aquela que tivesse melhor pontaria. Aceita a 
prova, as duas índias atiraram as flechas, mas só uma acertou o alvo. 
Essa casou-se com o chefe da tribo.
A outra chamada Oribici, chorou tanto 
que suas lágrimas formaram uma fonte e um córrego. Pediu ela a Tupã que a
 transformasse num passarinho para poder visitar o cacique, sem ser 
reconhecida. Tupã fez-lhe a vontade. Mas verificando que o caíque amava a
 sua esposa, Oribici resolveu abandonar aqueles lugares. E voou para o 
Norte do Brasil.
Para consola-la Tupã deu-lhe um canto 
melodioso. Por isso, ela vive a cantar para esquecer suas mágoas. E os 
outros pássaros, quando encontram o irapuru, ficam calados para ouvir 
suas notas maravilhosas.
A IARA
A Iara é um dos mitos mais conhecidos e 
também dos mais confundidos da região amazônica. Geralmente as pessoas 
acham que a Iara é uma mulher loira, de olhos azuis e a parte inferior 
do corpo em forma de peixe. Esta descrição na verdade é da sereia 
européia e não da Iara.
A Iara além de ser confundida com a 
sereia européia, é também confundida com a Iemanjá africana e na verdade
 nada tem a ver nem com uma nem com a outra. Em certos locais dizem-na 
boto-fêmea, também a encantar os homens e levá-los para o fundo, e em 
outros dizem ser a própria Boiúna (cobra preta), que traduzem 
erroneamente por cobra grande.
Na verdade, a Iara é uma linda mulher 
morena, de cabelos negros e olhos castanhos. De beleza ímpar, os que a 
vêem nua a banhar-se nos rios não conseguem dominar seus desejos e 
atiram-se nas águas… Nem sempre voltam ao mundo dos vivos… Os que o 
fazem, voltam assombrados, falando em castelos, séqüitos e cortes de 
encantos… e é preciso muita reza e pajelança – e de um pajé com muita 
força para tira-lo do estado de torpor. Alguns a descrevem como tendo 
uma cintilante estrela na testa, que funciona como chamariz para atrair o
 olhar e assim ser facilmente hipnotizado… Quanto a possível forma de 
peixe da parte inferior da Iara, isto é apenas um vestido, ou melhor, 
uma espécie de saia, que ela veste por vaidade e para dar a ilusão de 
ser metade mulher e metade peixe… Confundida ou não com crenças de 
outras plagas, a Iara até hoje.
DANÇAS E AUTOS AMAZÔNICOS
DANÇA DO CARIMBÓ
A mais extraordinária manifestação de 
criatividade artística do povo paraense foi criada pelos índios 
Tupinambá que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso 
artístico invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como 
verdadeiros semi-deuses.
Inicialmente, segundo tudo indica, a 
“Dança do Carimbó” era representada num andamento monótono, como 
acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos 
africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambás
 começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que, de 
monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque 
africano. Por isso, contagiava até mesmo os colonizadores portugueses 
que, pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos 
trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, 
excepcionalmente, faziam questão de participar, acrescentando traços da 
expressão corporal características das danças portuguesas. Não é a toa 
que a “Dança do Carimbó” apresenta, em certas passagens, algumas 
movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando
 na marcação certa do ritmo agitado e absorvente.
LUNDU MARAJOARA
O “Lundu” é uma dança de origem africana
 trazida para o Brasil pelos escravos. A sensualidade dos movimentos já 
levou a Côrte e o Vaticano a proibirem a dança no século passado. No 
Brasil o “Lundu” assim como o “Maxixe” ( a dança excomungada pelo Papa),
 foi proibido em todo Brasil por causa das deturpações sofridas em nosso
 país. Mas, mesmo as escondidas o “Lundu” foi ressurgindo, mais 
comportado principalmente em três Estados brasileiros: São Paulo, Minas 
Gerais, e na Ilha de Marajó, no Pará.
Coreografia: A dança simboliza um 
convite que os homens fazem as mulheres “para um encontra de amor 
sexual”. O Lundu considerado ao lado do Maxixe, considerado uma dança 
altamente sensual, que desenvolve com movimento ondulares de grande 
volúpia. No início as mulheres se negavam a acompanhar os homens mas, 
depois de grande insistência, eles terminam conquistando as mulheres, 
com as quais saem do salão dando a idéia do encontro final.
A FESTA DO BUMBA-MEU-BOI / BOI BUMBÁ
Originária no Maranhão, a brincadeira tomou característica próprias no Amazonas, devido as miscigenações indígenas.
É a maior expressão folclórica da 
Amazônia mas, é praticada também em outros estados da região Norte, 
populariza figuras místicas de vaqueiros e índios. A origem do 
bumba-meu-boi é comumente atribuída aos países da língua Espanhola,onde 
era usado com o nome de “vaca loca e toro candil”. Foi trazida para o 
Brasil pelos imigrantes, os bois Corre Campo e o Gitano eram os mais conhecidos. Hoje, os bois Garantido e Caprichoso são as maiores atrações da festa maior do folclore amazonense, realizado em Parintins.
As mudanças são inevitáveis , afinal 
todas as manifestações que envolvem povo precisam, visceralmente, 
ajustar-se à cultura local. Sejam elas de ordem moral ou legal, pagãs ou
 sacras.
Mas foi em Parintins que o Bumbá se 
transformou mesmo. Transformou-se para melhor, enriqueceu e criou 
identidade própria. Criou uma mensagem nova que se espalha por todo o 
baixo e médio Amazonas, Barreirinha , Itacoatiara, Urucuritiba,, 
Santarém, e outras cidades estão fazendo seus festivais, sempre 
inspirados no estilo Parintins.
O auto do bumba-meu-boi é referência, é 
memória, é relíquia. O apelo do Boi Bumbá vem da floresta, das estórias 
do interior e da dança indígena que faz o bailado contagiante da festa.
O tema: a esposa grávida do negro 
Francisco, um funcionário da fazenda pecuária, tem o desejo 
insubstituível de comer a língua do boi preferido de seu patrão. Com 
medo de que a criança venha ao mundo deformada, Pai Francisco sucumbe a 
vontade da mulher, Mãe Catirina, e mata o boi. Irado o amo manda índios 
atrás de Pai Francisco para captura-lo. Com a ajuda do pajé e suas 
forças mágicas, Pai Francisco consegue ressuscitaro boi. Notadamente a 
presença da tese da ressurreição ensinada pelos jesuítas, neste teatro 
popular. É sobre esta trama que se desenrola a apresentação dos bois. O 
bumba-meu-boi brasileiro não tem taqueras ou ripas de madeira, recoberto
 com pano ordinário, apenas a cabaça que é uma de boi ou vaca com os 
respectivo chifres.
Debaixo da armação, que imita o corpo do
 boi, se intromete o “tripa”, o homem que se propõe a sair com a carcaça
 bovina sobre a sua. Este homem tem que ser bem forte para agüentar a 
brincadeira.
A música é que dá o tom ritualístico ao 
Festival de Parintins, no início do século quando a festa ainda tinha 
conotação marginal e era celebrada nas ruas, o som do boi-bumbá era 
produzido por batuques de tambores, repiques, caixinhas e surdos.
CARNAVAL
É bastante animado o Carnaval na 
Amazônia. Os desfiles de blocos e de escolas de samba acontecem 
normalmente no Centro de Convenções. Os ensaios acontecem de Outubro até
 o carnaval. A folia de rua também é muito interessante, durante os 
meses de janeiro, fevereiro e março espalham-se pela cidade.
Existem também diversas bandas carnavalescas, organizados por frequentadores de bares, clubes e agremiações.
MARABAIXO
Os ritmos afro são predominantes na 
música e na dança do Amapá. Os negros preservam o marabaixo (mar 
abaixo), dança que se assemelha ao arrastar dos pés presos pelas 
correntes da escravidão. No canto cadenciado aparecem os lamentos do 
cotidiano e saudades da África. O marabaixo ocorre nas principais 
comunidades negras, como Mazagão Velho, Curiaú e Igarapé do Lago, além 
dos bairros do Laguinho e do antigo bairro da favela em Macapá. Essas 
comunidades negras também desenvolvem o Batuque, ritmo tirado de 
tambores artesanais e instrumentos de percussão feitos com madeira e 
sementes.
O CÍRIO DE NAZARÉ
Acontece no mês de Outubro na cidade de 
Belém, no estado do Pará. São dois milhõe de pessoas que acompanham a 
imagem da Virgem de Nazaré que é transportada da Catedral da Sé até a 
Basílica de Nazaré, em um trajeto de aproximadamente 6 horas. O Círio de
 Nazaré é um espetáculo grandioso. São 15 dias de festividades que 
iniciam com o Círio e terminam com o Recírio , que a volta da imagem da 
Virgem Maria para a Capela do Colégio Gentil. Durante esse período 
pode-se encontrar barracas com comidas típicas e artesanatos regionais. A
 cidade entra em clima semelhante ao Natal. O Círio é época ideal para 
visitação turística em Belém.
FESTA DE SÃO TIAGO DE MAZAGÃO VELHO
Na data de 25 de julho os habitantes da histórica Vila de Mazagão Velho, comemoram a festa de São Tiago.
Antes do dia da festa, várias cerimônias
 são realizadas. No dia 18 de julho é escolhido o festeiro, pessoa de 
algum recurso e com influência dentro da comunidade da Vila ou do 
Município.
A pessoa escolhida passa a ser o 
festeiro, o fato é marcado com a instalação de duas bandeiras nas cores 
vermelha (moura) e branca (cristã) entrecruzadas, que São colocadas no 
alto da porta de sua casa.
Para a casa do festeiro são encaminhados
 os donativos e daí partem todas as ordens para o bom andamento dos 
festejos de São Tiago, que antigamente tinha como local o largo de Nossa
 Senhora da Assunção, que vem ser a padroeira dessa Vila Histórica.
No meio desse largo são colocadas as 
imagens de São Tiago e São Jorge em seus andores, que ficam sobre uma 
mesa especialmente ornamentada e domina todo o ambiente. Hoje, embora 
existindo essas duas imagens, duas pessoas vestidas a caráter 
representam dois santos, reverenciados nessa manifestação folclórica, 
que no dia do círio caminham no meio do povo.
A humanização desses santos guerreiros, 
vão levando animação, estímulo aos competidores da cavalhada, 
representando a luta entre mouros e cristãos.
A procissão do Círio é realizada pela 
manhã do dia 25 de julho, com os cânticos sagrados, acompanhamento de 
música, com grande pompa, sob diversas bandeiras coloridas de São Tiago e
 São Jorge.
PASTORINHAS DO NATAL
O folclore das Pastorinhas, por muito 
tempo foi apresentado em Porto Velho e nas cidades do beiradão do rio 
Madeira e seus afluentes. Eliser dos Santos, conhecido como Bola Sete, 
costumava apresentar esse folguedo assim como “Dona Pretinha”. A 
respeito das Pastorinhas, O historiador José Monteiro escreve o 
seguinte:
“Elemento folclórico do ciclo natalino, 
geralmente apresentado nos salões paroquiais ou em frente a igrejas 
católicas. A representação acontece diante de uma manjedoura onde se 
encontra a imagem do menino Jesus e, por ele, os dois cordões, azul e 
encarnado, fazem louvações cantadas em versos”
“Há algum tempo a Pastorinha foi 
perdendo espaço no cenário folclórico de Porto Velho, o que tem levado 
os órgãos de cultura ao propósito de revitalizá-la, colocando-a como 
instrumento de preparação para o Natal”.
GASTRONOMIA
O pescado é a base da alimentação 
amazonense, com mais de 2 mil espécie de peixes, a gastronomia local 
oferece uma variedade de pratos com predominância indígena, além da 
influência portuguesa, africana e francesa.
Junto com as deliciosas frutas tropicais
 de sabor marcante, com pimentas e a farinha de mandioca, a culinária 
regional é uma comprovação da exuberante e rica culinária amazônica.
Os principais peixes são: o Tambaqui, 
servido assado ou como caldeirada; o Pirarucu conhecido como o bacalhau 
da região norte pelo processo de conservação utilizando o sal. Há também
 o Tucunaré, de sabor delicado é utilizado para as caldeiradas ou o 
Jaraqui, muito consumido pela população, com farinha e molho de pimenta.
 A culinária local reserva para o pescado um exótico acompanhamento. A 
farinha de mandioca de vários tipos é uma das principais combinações 
junto com as verduras e pimentas, malagueta-muripi ou de 
cheiro.Normalmente são servidos com molho de tucupi, também extraído da 
mandioca e de sabor marcante com alto grau de acidez. Outras comidas 
típicas (indígenas, originárias do estado do Pará) : Pato no tucupi – 
pato assado no forno e depois cozido no tucupi, com folhas de Jambu ( 
erva de sabor exótico) e camarão; Tacacá – espécie de sopa indígena 
servida em cuias negras ( uma explosão de sabores) dominados pelo tucupi
 ( sumo fermentado da mandioca); outro ingrediente, a goma se soma ao 
camarão seco e ao jambu (folkha que adormece a língua); Quebra-queixo; 
broas; pamonhas, tapiocas com castanhas…
Para acompanhas as refeições, o ideal 
são os sucos de frutas regionais, que também servem de bases para os 
doces, geléias, cremes e sorvestes de sabor delicioso e incomum. As 
frutas mais apreciadas são: o cupuaçu, a graviola, o taperebá, o buriti,
 o maracujá, etc, além dos frutos das palmeiras como : pupunha, tucumã, 
açaí, buriti, bacaba, patoá e o famoso Guaraná.
CONCLUSÃO
O inglês William Thoms definiu o 
folclore como saber popular, pelo fato dessa cultura, danças, 
provérbios,etc… serem transmitidos de geração a geração. Mas, ainda 
falta-nos um conhecimento maior sobre esse conjunto de crenças, costumes
 e tradições; não conhecíamos de fato as nossas origens, daí decorreu a 
importância de um estudo mais detalhado sobre o assunto.
No decorrer do trabalho, pudemos 
perceber que as danças, canções, lendas, e até mesmo os hábitos 
alimentares e de vestimentas fixado na terra, as vezes dando uma nova 
características ao local, também, fazem parte do denominado folclore. 
Portanto, percebemos a importância do conhecimento de nossas raízes,de 
algumas lendas que para nós ainda eram ocultas.
Aprendemos, assim, como algumas das 
nossas manifestações surgiram e qual sua importância, mesmo que o 
folclore ainda não tenha se firmado como uma ciência e merecido uma 
cadeira de ensino para o nosso maior conhecimento.
BIBLIOGRAFIA
ASSAYAG, Simão; Boi-Bumbá, festas, andanças, luz e pajelanças; Rio de Janeiro; 1995.
Enciclopédia Barsa; Vol.07; Rio de Janeiro; Encyclopaedia Britannica do Brasil Ltda.; 1987.
http://200.242.254.141/cdpara/cultura/folclore
http://bigeocities.yahoo.com/
www.amazontrade.com.br/lendashtml
Autor: Aline Amaral de Castro
APOIO CULTURAL

